sexta-feira, 25 de abril de 2014

Canonizado, José de Anchieta é o terceiro santo brasileiro

Igreja Católica

Canonizado, José de Anchieta é o terceiro santo brasileiro

São Paulo terá missa especial de comemoração na Catedral da Sé, neste domingo. Em maio, a CNBB prestará homenagem ao novo santo em Aparecida

“Às estrelas por caminhos difíceis” A frase em latim no quadro de Anchieta, de autoria do pintor Oscar Pereira da Silva (1865-1939), é um dos lemas fundamentais na Companhia de Jesus
“Às estrelas por caminhos difíceis” A frase em latim no quadro de Anchieta, de autoria do pintor Oscar Pereira da Silva (1865-1939), é um dos lemas fundamentais na Companhia de Jesus
O papa Francisco assinou nesta quinta-feira, no Vaticano, a canonização do padre José de Anchieta (1534 - 1597) e o tornou oficialmente o terceiro santo brasileiro. São José de Anchieta agora se junta a Madre Paulina, canonizada em 2002 pelo Papa João Paulo II, e a Frei Galvão, que se tornou em 2007, no papado de Bento XVI, o Santo Antônio de Sant'Ana Galvão. Nascido nas Ilhas Canárias em 1534, Anchieta veio para o Brasil aos 19 anos e aqui fez toda sua obra como evangelizador. A canonização de Anchieta foi oficializada por decreto, dispensando a exigência de comprovação de um milagre. A iniciativa de fazer desse modo partiu do próprio papa Francisco, que fez toda sua carreira na Igreja Católica na ordem jesuíta, a mesma de Anchieta.
O processo de canonização normalmente é confirmado por dois milagres. Um é destinado à beatificação, quando o candidato passa a ser cultuado no país onde nasceu e morreu. O segundo, que deve ocorrer depois da beatificação, é contabilizado para a canonização - a santidade, portanto. A partir desse momento, o culto é permitido por completo. Anchieta tornou-se santo sem nenhum milagre comprovado, embora se diga dele que tenha acalmado feras e feito recuar tempestades. O privilégio é para poucos. Tal situação é chamada de canonização equipolente, quando um homem ou uma mulher se torna santo pelo "conjunto da obra". Ou seja, o candidato tem de ter a fama de milagreiro e ser alvo de grande devoção.
No domingo, às 11 horas, o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, celebrará missa em homenagem a São José de Anchieta, na Catedral da Sé. Antes da cerimônia, haverá, às 10 horas, uma concentração no Pátio do Colégio, de onde os devotos sairão em procissão, acompanhando uma relíquia - um pedaço do fêmur do novo santo. O Pátio do Colégio, antigo Colégio de Piratininga, foi criado por Anchieta e pelo padre Manoel da Nóbrega em 25 de janeiro de 1554, data que marca a fundação da cidade de São Paulo. Tanto na Sé como no Pátio do Colégio, será descerrado um painel de sete metros com estampa de Anchieta.
Em comunicado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também confirmou que no dia 4 de maio, durante a 52ª Assembleia Geral da entidade, que acontecerá em Aparecida (SP), será celebrada missa em ação de graças pela canonização do beato. 
Missa em Roma – No dia 24 de março, o papa celebrará missa em homenagem a São José de Anchieta na Igreja de Santo Inácio, em Roma. O organizador da cerimônia, o padre jesuíta César Augusto dos Santos, um dos defensores da canonização, informou que estão sendo convidadas 1.000 pessoas. Um convite será encaminhado também ao governo brasileiro, por meio da Embaixada do Brasil na Santa Sé. Padre Geraldo Lacerdine, porta-voz da Companhia de Jesus em São Paulo, informou que os jesuítas estão programando uma grande celebração de ação de graças para 9 de junho, festa litúrgica de São José de Anchieta. Ele foi beatificado em 1980 e é lembrado nessa data, por ser o dia de sua morte.
Outros santos – O papa também canonizou outras duas pessoas ligadas à evangelização nas Américas: o bispo de Québec, Dom Francisco de Laval (1623-1708) e a Irmã Maria da Encarnação (1599-1672), fundadora de um mosteiro das Ursulinas na cidade de Québec, ambos de origem francesa e mortos no atual Canadá. O sumo pontífice autorizou também a publicação de cinco outros decretos, que dizem respeito ao reconhecimento de milagres de um Bispo italiano, de um Padre indiano, de dois religiosos italianos e de uma religiosa indiana, vividos nos séculos XIX e XX.
Finalmente, o papa assinou também oito decretos reconhecendo as virtudes heroicas de outros ‘Servos de Deus’, religiosos e religiosas provenientes da Espanha, Itália, França e Brasil – a Irmã Dulce Rodrigues dos Santos, fundadora da Ordem das Missionárias de Maria Imaculada, falecida em 1972.
Anchieta e os jesuítas - Personagem seminal na construção do catolicismo no país, ele chegou a Salvador na comitiva do segundo governador-geral, Duarte da Costa, com 19 anos, e aqui morreu aos 63 anos, no Espírito Santo, reconhecido como "o apóstolo do Brasil". Ao longo dos 43 anos em que viveu no país, ele participou da fundação de escolas, cidades e igrejas. Anchieta foi quem liderou a catequese dos índios tupiniquins e tamoios que se espalhavam do litoral sul do Estado de São Paulo ao Ceará. Foi autor da primeira gramática brasileira, a Arte da Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil. Escrita em seis meses, a cartilha descreveu e sistematizou no papel uma "língua nova", o tupi. Anchieta será santo exatos 417 anos depois de sua morte. Inúmeras razões dificultaram o processo de canonização de Anchieta. Ao longo da história, os jesuítas foram expulsos de Portugal e suas colônias, as leis da canonização mudaram, a Companhia de Jesus foi restaurada, os recursos financeiros acabaram e, por fim, não se comprovou nenhum milagre de Anchieta.
A etapa final do processo de canonização foi pautada, em especial, pela atuação nos bastidores da Igreja do cardeal dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A escolha de Anchieta é um aceno à Companhia de Jesus, criada em 1534 por sete homens, três deles já canonizados - os espanhóis Inácio de Loyola, ex-militar e fundador da ordem, e Francisco Xavier e o francês Pierre Favre. Com forte espírito missionário, os jesuítas logo se transformaram na tropa de choque contra a Reforma Protestante de Martinho Lutero e João Calvino. Com o objetivo de catequizar as almas "pagãs", os jesuítas se espalharam para o chamado Novo Mundo, incluindo a Índia, a China e as Américas Central e do Sul. Mas foi no Brasil que os integrantes da ordem inaciana encontraram o celeiro ideal para a propagação da fé. Teólogos brilhantes (para Santo Inácio de Loyola, a fé católica deve ser defendida por meio de uma formação por excelência), os jesuítas souberam usar magistralmente com os índios uma das mais poderosas ferramentas no catecismo - a adaptação à cultura dos povos que pretendiam evangelizar.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

O cerco árabe de Constantinopla de 674–678.

cerco árabe de Constantinopla de 674–678, também conhecido como primeiro cerco árabe de Constantinopla, foi um dos principais conflitos das guerras bizantino-árabes e marcou o culminar da estratégia expansionista do primeiro califa omíadaMuawiya I, contra o Império Bizantino. Alguns historiadores recentes têm sérias dúvidas sobre a ocorrência de um verdadeiro cerco, pelo menos no sentido clássico do termo, sugerindo que o que ocorreu de facto foi uma série de campanhas árabes nos territórios bizantinos da Ásia Menor, algumas delas tendo chegado a Constantinopla.
Muawiya I, que tinha ascendido à liderança do império árabe em 661, após uma guerra civil que ficou conhecida como Primeira Fitna, deu um novo impulso à guerra agressiva contra Bizâncio, que tinha acalmado durante vários anos, com o objetivo de dar um golpe fatal ao inimigo conquistando a sua capital. Segundo os relatos do cronista bizantino Teófanes, o Confessor, o ataque dos árabes foi metodicamente planeado: em 672–673, armadas árabes asseguraram bases ao longo das costas da Ásia Menor e depois levantaram um bloqueio frouxo em volta de Constantinopla. Usaram a península de Cízico, na costa sul do mar de Mármara, como base para passarem o inverno e voltaram nas primaveras seguintes para lançarem ataques contra as fortificações da cidade.
Por fim, os bizantinos liderados pelo imperador Constantino IV, conseguiram destruir a marinha inimiga usando uma nova invenção, uma substância incendiária líquida conhecida como fogo grego. O exército terrestre árabe na Ásia Menor foi igualmente derrotado pelos bizantinos, o que forçou os árabes a levantarem o cerco. A vitória bizantina teve uma importância crucial para a sobrevivência do estado bizantino, ao fazer recuar a ameaça árabe durante algum tempo. Pouco depois foi assinado um tratado de paz, o qual, juntamente com mais uma guerra civil muçulmana que estalou em 680 ou 683, chegou a proporcionar aos bizantinos um período de ascendência sobre o califado.
O cerco deixou várias marcas nas lendas do então nascente mundo muçulmano, embora apareça juntamente com os relatos de outra expedição contra a cidade ocorrida alguns anos antes sob o comando do filho de Muawiya, o futuro califa Yazid I. Devido a este facto, os estudos académicos mais recentes questionam a veracidade das crónicas de Teófanes e dão mais enfâse às fontes árabes e siríacas.




terça-feira, 15 de abril de 2014

A história academicamente aceita sobre a origem das Igrejas Batistas é seu surgimento como um grupo de dissidentes ingleses no século XVII. A primeira igreja batista nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holandaem busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrinas batistas. John Smyth discordava da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor após uma aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então, o batismo não era por imersão, só os batistas particulares, por volta de1642, adotaram oficialmente essa prática tornando-se comum depois a todos os batistas. A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de 1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo.
Depois da morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus membros uniram-se aos menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612. A perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi John Bunyan, que escreveu sua obra-prima O Peregrinoenquanto estava preso. Nos Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação, a Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros, sendo a maior igreja protestante dos Estados Unidos.

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Igreja Batista no interior do Estado de Nova York.
Existem ainda outras teorias sobre a origem dos batistas, mas que são rejeitadas pela historiografia oficial. São elas a teoria de Sucessão Apostólica, ou JJJ (João - Jordão - Jerusalém) e a teoria anabaptista. Ambas são rejeitadas pelos historiadores batistas Henry C. Vedder e Robert G. Torbet. A teoria de sucessão apostólica postula que os batistas atuais descendem deJoão Batista e que a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam apenas adultos, como os montanistasnovacianosdonatistaspaulicianosbogomilosalbigenses e cátarosvaldenses e anabatistas. Os batistas landmarkistas utilizam este ponto de vista para se auto-proclamar única igreja verdadeira.

Essa teoria apresenta alguns problemas, como o fato que grupos como bogomilos e cátaros seguiam doutrinas gnósticas e o gnosticismo é contrário às doutrinas batistas de hoje. Também, alguns desses grupos que sobrevivem até o presente, igrejas como a dos valdenses (que desde a Reforma é uma denominação Calvinista) ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas. A teoria anabatista é aquela que afirma que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua mensagem no período da Reforma Protestante.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Você está satisfeito ou conformado?


A diferença entre o satisfeito e o conformado
O satisfeito se contenta na escassez, enquanto o conformado assume que a escassez é inevitável

Estar satisfeito é ser grato pelo que tem, ainda que seja muito pouco. Estar conformado é assumir o tamanho e a forma da realidade em que vive, mesmo que essa seja insuficiente ou insignificante.
O satisfeito se contenta na escassez, enquanto o conformado assume que a escassez é inevitável.
Estar satisfeito é não reclamar de sua condição por saber que, por sua própria decisão, ela é provisória. Estar conformado é lamentar-se a todo momento por sua condição de vida, por sentir-se vítima das circunstâncias.



O que diferencia o satisfeito do conformado é uma premissa básica: o satisfeito sabe que é senhor de seu destino. O conformado pensa que é uma vítima de sua própria existência, da família em que nasceu ou de sua condição social, irreversível em seu ponto de vista.