Na última noite de sua vida em carne, ao concluir a
celebração da Páscoa, estendeu-se Jesus a falar aos discípulos. E fez-lhes a
promessa! A Promessa do Consolador.
Anunciara-lhes a traição de Judas, a negação de Pedro, a
fuga de todos eles... Recordara-lhes a sua Paixão e Morte. E naquele ambiente
pesado de tristeza, prometeu-lhes:
" E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador,
para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não
pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita
convosco, e estará em vós" (Jo 14:16,17).
Em recebendo o Paracletos, eles teriam a certeza que Jesus
estaria com o pai.
O porque do Consolador:
Os discípulos não podiam entender a morte de Jesus. Quando
sobre ela lhes falara pela primeira vez, repreendeu-o Pedro (Mt 16:21-23). Não
a compreendiam por serem "néscios e tardos de coração" (Lc 24:25).
Se não conseguiam compreender a morte de Jesus, o escândalo
da cruz deixava-os perplexos. Alias, naqueles tempos o patíbulo do madeiro era
o cúmulo da execração
pública reservado aos escravos e aos piores facínoras. Tão
infamante que a lei de Roma impedia ser nele cravado o cidadão romano por maior
criminoso que fosse. " o pendurado é maldito de Deus", sentenciava Dt
21:23.
A crucificação se constituía o extremo da vergonha e do
aviltamento. Dizer-se da família de um crucificado era expor-se ao desprezo.
Apresentar-se como seguidor de um mestre crucificado implicava em se arriscar
ao ridículo máximo.
Destarte impossível entrar na mente dos discípulos de Jesus
a idéia de sua crucificação. Ausentaram do calvário não só or medo, mais também
por vergonha.
Jesus dependurado no madeiro para eles se reduzira em
suprema tragédia.
Discípulos de um crucificado!!! O cúmulo do sarcasmo...
E testificar de um crucificado que ressuscitara?
Compunham-se os saduceus, predominantes no Sinédrio, em
fortíssimo partido do qual participava o próprio sumo sacerdote e negavam eles
a ressurreição dos mortos.
Só com um extraordinário dinamismo intimo poderiam eles
enfrentar os gravíssimos obstáculos e, ousados, anunciar o nome do crucificado
e a sua ressurreição.
Para se imporem precisavam de um poder incomum. É este
extraordinário poder do alto prometido por Jesus.
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